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Antônio Eduardo


Antônio Eduardo é um pianista que se inclui no grupo cada vez menor de intérpretes dedicados à música do seu tempo. Consciente da importância de divulgar obras com novas estéticas, desenvolve intensamente sua carreira dentro de um espírito missionário que poucos intérpretes parecem possuir.


Esse é o sucinto texto que escrevi para o primeiro disco de Antônio Eduardo (Amor Humor e Outros Portos - A música para piano de Gilberto Mendes, de 1997), a seu pedido e a título de apresentação. E o fiz seguindo a mesma intenção com que redigira, em 1988, a introdução de um livro do jornalista e poeta Fausto José, intitulado Alguém Chamado Gilberto Mendes, provavelmente a primeira biografia do compositor. Aquele preâmbulo, também sucinto, foi a referência formal para a apresentação do disco de Antônio Eduardo: poucas palavras e a ideia essencial.

Parto daquela apresentação para me estender aqui um pouco mais sobre Antônio Eduardo, sobre o seu trabalho artístico e profissional, e a nossa convivência e amizade desde então.


A atividade missionária a que me referi começou com a obra de Gilberto Mendes e progressivamente abraçou a criação de muitos compositores, desde nomes já consagrados ou mais conhecidos no circuito da música contemporânea brasileira, até jovens iniciantes cuja produção vai garimpando e trazendo ao conhecimento público. Nessa vertente, articula-se com núcleos de criação e divulgação no Brasil e no exterior, em especial na Bélgica, atuando numa editora desse país como consultor para uma série de edições de partituras de música contemporânea brasileira para piano. Em 2003, convidou-me para integrar um ciclo temático de composições inspiradas na bossa-nova, do que resultou a peça A QUEM QUER TODAS AS NOTAS, estreada em 02/11/2003 na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos. Daí em diante, estreou e gravou outras composições de minha autoria, num estreitamento de laços que resultou em concertos e produções culturais desenvolvidos em conjunto. Em 2010, além da peça acima, interpretou, com a cantora Adriana Bernardes, a canção DE PALAVRA, DE PALAVRAS e MÚSICA PARADISO: O BEIJO COLADO, no I MUC - Mostra de Música Contemporânea, em Santos. Em 2012, gravou as duas primeiras para o CD PORTO - A Música que Saiu de Santos, incluindo CANÇÃO DO EX-IDÍLIO e ALMA DE SAUDADE.


Em 2015, também com Adriana Bernardes, montou um programa cênico-musical (Lira de Ambrosia: um Happening para dois Gils), em homenagem ao compositor Gilberto Mendes, no II Festival da Música Contemporânea Brasileira, de Campinas, com o ciclo LIRA DE AMBROSIA, um conjunto de cinco canções que justapõe textos de poetas santistas a prelúdios para piano do início da carreira de Mendes.

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