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OBRA d´OBRA

  • Foto do escritor: Cantos Correntes
    Cantos Correntes
  • 28 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de jul.


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ABRACADABRA?, interrompeu Nihil, bruscamente.


Não. Você não ouviu direito, respondeu Audite. Não é magia, bruxaria, feitiçaria o que eu dizia. É só uma brincadeira, um trocadilho. Jocoso, na intenção. Pronunciei, rápido e rasteiro, para confundir mesmo, na sonoridade.


Breve pausa. OBRAKEDOBRA, emendou Audite, destacando as sílabas. Obra que a dobra. Obra que se dobra em si. Obra que se desdobra. Para dentro e para fora. Para frente e para trás. Para cima e para baixo. Obra d´Obra.


Jogou as palavras e algumas letras no ar. Juntaram-se após flutuante dança literária aérea, pairando pouco acima deles, e ali quedaram-se em suspenso.


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Sob o desenho aéreo, sem desviarem os olhos, traçam um percurso como se contornando os limites da figura etérea.


Obra é que se observa dobrar-se? Ou, se sobrar, absorve-se o que é obra? Obra é o que se observa sobrar-se? Ou, se dobrar, é o que absorve-se o que é obra?


Charada? Enigma?


Sim. Se pouco importar a resposta. Porque o que resta, o que sobra, sempre, é a pergunta. Que se dobra, sempre. É a obra. A obra que emula o universo. Ao qual se referem como Inexversus. Os Kyneaztaz e Kryptykoz. Cineclubistas dedicados, na mágica do ilusionismo social.


Mais detalhes, pede Nihil. Seja mais específica, mais esclarecedora. E como se faz isso?, indaga.


É a grande questão. Mais do que ser ou não ser. Sedes e seres. Em rede. Um jogo. Da velha questão.


EEssa é a questão que levou os Kyneaztaz e Kryptykoz, inicialmente, ao conceito de Obra d´Obra. Um aparato experimental para uma imersão profunda no âmago do INEXVERSUS.


Suspirou. Retomou o fôlego. Pausou. Continuou: Bem, é o que consegui deduzir dos termos que consultei no livro de Glosas Correntes, já numa pausa entre dois goles de café. E prossegue, sem muita convicção:


Parece que o conceito de Obra d´Obra trouxe uma consequência prática relevante para os experimentos dessa comunidade de pesquisadores. Uma tecnologia e uma metodologia que potencialmente poderiam comprovar a hipótese, consensual entre eles, do INEXVERSUS.


Audite sente, já na largada, que a conversa vai ser demorada. E resolve pedir mais um café, desta vez acompanhado de algo para comer. E daí... com as reticências incentiva Nihil a continuar.


Nihil reluta. Ela se mostra surpresa: INEXVERSUS?


Clube de Arte?



Implica a construção de um arquitexto que emula o modelo do universo observável como meio de vivenciar e interagir com diferentes realidades perceptuais.


Um conjunto de obras em constante desdobramento sistêmico, que apontam para a obra que articula todos os sistemas constituintes do universo.


trouxe uma A combinação das configurações energéticas de seres com as configurações energéticas de sedes possíveis (potenciais realidades perceptuais) abrindo caminho para iniciativas de exploração das realidades perceptuais. Os pesquisadores (Kyneaztas e Kryptykoz) desenvolveram um experimento modelar (arquitextura) seguindo funções de um imaginário arquitexto, no que resultou uma obra d´obra. Uma obra desdobrada em processo ininterrupto, gerado por um vácuo. Uma energiaria táctil, desencadeada pelo vazio de uma engenharia têxtil, que produzem tecidos sensíveis a realidades perceptuais (sedes) fora do alcance natural dos seres submetidos a essa mudança de configuração.





Certa vez, ouvi de certo crítico musical que a certo compositor faltava a magnitude que só a criação de grandes obras confere. Não obstante admiráveis, suas curtas peças não ofereciam vislumbre de domínio pleno sobre as grandes formas do discurso musical.


Os ouvidos registraram a observação crítica, mas no topo da cabeça as palavras do proferido juízo não ressoaram a implícita condenação artística. Dos meandros mentais, uma dúvida razoável emergiu:


O que é uma obra? Uma obra de arte? E, na extensão do pensamento questionador: o que é uma grande obra?


Essa questão engendrou uma busca de respostas que se aninharam em diversas metáforas, uma das quais é a "Obra d´Obra". Conceito que, no fundo, ecoa a metáfora do profundo mistério do universo, que em concepções místicas, religiosas, é tido como "a grande obra do Criador". Ou do Grande Credor.


OBRA d´OBRA


O conceito de Obra d´Obra é uma formulação elaborada para, tentativamente, encaminhar a compreensão de CANTOS CORRENTES como obra de arte. Ou, mais especificamente, como uma grande obra d´arte. Grande no sentido de amplitude, conforme a abordagem crítica musical referida no topo da postagem.


Que os argumentos, então, mantenham-se inicialmente dentro da modalidade artística que engendrou a dúvida: o que é uma obra musical? E o que é uma grande obra musical?






CANTOS CORRENTES: OBRA d´OBRA? Labirinto em dobras infinitas.



CANTOS CORRENTES é uma obra arquitextural, um arquitexto.


Assim começa a caracterização do conjunto de conteúdos concentrados neste dispositivo expositor homônimo, articulados com o dispositivo CINE INÊS.


Os dois dispositivos articulam-se ainda com outros dispositivos: plataformas de vídeo, áudio, texto e imagem, para hospedagem, disponibilização e divulgação dos conteúdos.


A pretendida caracterização de CANTOS CORRENTES, esboçada nos acessos principais do dispositivo, é reconhecidamente complexa para ser formulada concisamente. Apresentar uma pluralidade de ângulos (ou preângulos) de observação é a solução adotada na tentativa de proporcionar uma visão abrangente dos conteúdos e seus vínculos.


Obra d´obra é um dos conceitos criados no intuito de uma explanação fragmentada, como é da natureza desta obra, e que se se julgou facilitar a compreensão deste arquitexto.


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