No início dos anos 60, um rancho carnavalesco desfilando pelas ruas da Vila Belmiro, nas proximidades do estádio esportivo do Santos Futebol Clube, cantava uma marcha-rancho cujo refrão dizia "as histórias de amor são sempre assim, Colombina, Pierrô e Arlequim". Uma melodia em modo menor, bem ao estilo do gênero. Numa hipótese de que o tal grupo carnavalesco fosse o Bloco da Bola Alvinegra, várias tentativas infrutíferas foram feitas, junto a representantes do setor cultural no clube, para se buscar a autoria. Infrutíferas não apenas na identificação do nome, ou nomes, mas pelo completo desconhecimento da canção.
Cerca de 60 anos depois, ao desenvolver uma das peças da série Temas de Cinema, a ideia de incorporar esse trecho da letra emergiu de uma percepção casual que revelou uma natural adaptação prosódica entre o texto e a melodia de um dobrado (Século Vinte) escrito por aquela época. E também num processo muito direto, quase imediato, a melodia do dobrado se mostrou receptiva a um trecho de outra marcha-rancho, essa largamente conhecida: Máscara Negra, de Zé Kéti.
Finalizada, essa canção ganhou o título de Pasodoble, passando a integrar a SUÍTE CHANCHADA, e consequentemente, o ciclo TEMAS DE CINEMA.
PASODOBLE
Sempre assim são as histórias de amor
Colombina, Arlequim e Pierrô
Sou aquele Arlequim
Que ´tava a fim
E você ficou
Naquele carnaval que ficou
Na história
E as histórias de amor são sempre assim
Colombina, Pierrô e Arlequim
Sou o Pierrô
Que te abraçou
E que te beijou
Naquele carnaval que se foi, passou.
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