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Maurice Legeard


O pintor Juracy Silveira, amigo de décadas de Maurice Legeard, disse uma vez, e ouvi isso de outras pessoas também, que "quem nunca brigou com o Maurice, não conheceu o Maurice".

Se o consenso for válido como atestado de verdade, sou forçado a admitir que nunca conheci o Maurice.


É claro que surgiram situações muito próximas de atrito. Afinal, na falta de polêmicas, contrariedades, desacordos ou desavenças, Maurice acabava por criar, inventar, situações de conflito. Até pelo simples gosto de desacomodar as coisas.


De algum modo, eu passava ao largo, ou escapava, do campo minado de provocações que ele armava ao seu redor. Entre as várias técnicas de defesa, usava a desconversa, a cara de sonso e, de outro lado, a pose de pensador em estado profundo de reflexão. Ele acabava cansando, e a tertúlia prosseguia incólume, apesar dos venenos desferidos em lances vocabulares proferidos mas, ao fim, sem fazer feridos.

Maurice Legeard e Gil Nuno Vaz, na sede da Cinemateca de Santos (Cadeia Velha de Santos), em 29/04/1989.

É claro também que, embora nosso primeiro contato pessoal tenha sido no início dos anos de 1970 (recordo de um papo ligeiro, já madrugada, na Praça da Independência com a Avenida Floriano Peixoto), a convivência mais amiúde se deu na época em que se instalou com a Cinemateca na Cadeia Velha.


Era praticamente uma visita semanal, um diálogo giratório de longa duração entremeado por um cafezinho no Florença, escolha de vídeos para o fim de semana... uma época em que a sua artilharia contestatória, ainda que bem ativa, já não era todo aquele paiol inflamável de pólvora verbal.


A retomar...



Montagem de vídeo usando trechos de matéria jornalística, com Maurice Legeard e Argemiro Antunes (Miro). Falas de Miro (Argemiro Antunes) e Maurice Legeard, e imagens das sedes do Clube de Cinema e da Cinemateca de Santos: Rua Pará (Vila Mathias), Praça dos Andradas (Cadeia Velha, Centro), Paulo Gonçalves (Vila Nova, Mercado) e Teixeira de Freitas (Campo Grande).



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