Primeira peça, ou primeiro estudo, sobre o "es tu do es tu do", de L. C. Vinholes.
A visualização do poema de Vinholes imediatamente provocou uma associação com os jogos musicais de espelhamentos (retrogradação e inversão melódicas), pelas direções de leitura (horizontal ou vertical). A escansão da palavra "estudo", por sua vez, sugeriu outro tipo de associação: as sílabas como notas de uma melodia que se completaria no todo da palavra. E a duplicação da palavra, resultando num total de 12 letras, trouxe ainda a escala cromática á memória. E, no momento em que a técnica dodecafônica era objeto de interesse, uma vinculação de base meramente numérica se instarou quase automaticamente.
Pouco tempo depois, vieram à tona reflexões sobre aspectos vocais do peça, sobre a condução vocal do canto e a inteligibilidade do texto. Como opção, à escolha do intérprete, o texto foi transformado numa fala entoada, sem necessidade de afinação, em sincronia com a melodia do canto, atribuída a uma flauta. E, como a inteligibilidade do texto, afora os condicionamentos dos registros das notas, ainda é permeada pela intenção da fala, algumas sugestões de interpretações do sentido verbal foram anotadas ao final de uma segunda partitura, uma partitura alternativa.
Audição de es tu do es tu do (1976) mediante sonorização (somente a parte instrumental) do editor de partituras
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