Balada a duas vozes composta por Francesco Landini (século XIV), a letra da composição Angelica Beltá tem duas versões em português.
A primeira, escrita a partir do texto parcial com que a música foi interpretada pela soprano Heloísa Castellar Petri, em fins da década de 1970, em concerto do Madrigal Ars Viva, sob regência do Maestro Roberto Martins (à falta do programa da audição, e diante da incerteza sobre quais foram os músicos instrumentistas, não são declinados os nomes respectivos).
A segunda versão, com duas estrofes, foi escrita para inserção como fala/declamação na inexposição NOVENADAVIDA.
Seguem o texto integral, original e vertido, e um vídeo contendo o áudio do registro feito no referido concerto do Madrigal Ars Viva.
Angelica biltà venut'è in terra.
Dunque ciascun, c'ama veder belleçça.
Virtù, atti veçosi e legiadria.
Vengha veder costei, che sol vagheça.
Arà di lei, com'á l'alma mia.
Ma non credo con pace tanta guerra
Angelical beleza, venturas à terra
Traz a quem apraz leveza
Em sinais de alegoria,
Traz a quem se faz defesa,
Sina de paz e de alegria,
À bélica crueza, agruras da guerra.
Angelical beleza, venturas à terra.
Canto, com texto parcial (três versos iniciais), por Heloísa Castellar Petri.
A versão de uma única estrofe vai a seguir, acompanhada de um vídeo com áudio por sons instrumentais sintetizados, para fins ilustrativos, exibindo o texto traduzido e a partitura a duas vozes.
Angelical beleza que chegais à terra
e a cada ser, que ama sentir beleza
vertida em leveza e sinais, nos agraciais.
PS. Música que me lembra de uma pueril ousadia, cometida ao aceitar a sugestão de Roberto Martins para fazer um dueto (em ambiente doméstico) com a soprano Heloísa Petri, momento que me causou profundo constrangimento pessoal, pelo abissal desnível técnico e interpretativo, mas, não obstante, enorme prazer na fusão, ainda que desequilibrada, de nossas sonoridades.
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