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Alcides Lanza


Meu primeiro contato com a obra de Alcides Lanza deu-se em 1973, quando ele participou pela primeira vez do Festival Música Nova, em Santos. Voltou a participar em várias outras edições do Festival, sempre acompanhado de sua esposa, a atriz-cantante Meg Sheppard. Numa dessas presenças, mostrou interesse pelo meu livro No Olvido do Tempo / No Ouvido do Tempo, publicado em 1984. Retornou a Montreal com um exemplar na mala.

Alguns anos depois, comissionado por uma organização espanhola para criar uma composição alusiva aos 500 anos do descobrimento da América, foi buscar num trecho do livro a temática literária de vôo, que estreou em 1992 no Festival de Alicante. Depois disso, viria ainda a escrever mais três peças com textos do livro: ontem, aXions e expançao.

De minha parte, em interlocução com Lanza, produzi em 1985 a peça de ação musical  "O Vôo Livre da Música, Além da Barreira do Som", estreada no mesmo ano pelo Madrigal Ars Viva, com participações especiais minha e de Roberto Martins. A interlocução, no caso, tem a ver com o interesse de Alcides Lanza pela vida do Padre Bartolomeu de Gusmão, inventor do primeiro aeróstato (a passarola), que o fez ser considerado precursor mundial do balonismo. Curiosa a coincidência temática do título desta peça (o vôo livre) com a peça comemorativa de Lanza (vôo). Em 2011, outra interlocução resultou na composição coral Sueño Contextos para una Canción Sin Texto, dedicada a Alcides Lanza e Meg Sheppard, estreada pelo Madrigal Ars Viva em 2013, em concerto comemorativo dos 70 anos do Maestro Roberto Martins. A interlocução aqui está relacionada à composição vôo de Lanza, no sentido de que busca o mesmo objetivo de evidenciar e ao mesmo tempo conciliar antagonismos entre Velho e Novo Mundo. Isso é pretendido a partir de uma canção espanhola renascentista sem texto, e de uma citação introduzida por Lanza em vôo, um trecho da Cantada a Sola Mariposa, do compositor peruano José de Orejón y Aparicio (1706-1765).

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