Entre as diversas teorias semióticas, três alcançaram posição preferencial entre estudiosos e pesquisadores: a vertente americana, fundada nos escritos de Peirce; a vertente francesa, cujo nome de referência é Greimas; e a vertente russa, cujos representantes - Lotman e outros - não são tão destacados quanto a sede acadêmica da denominada Semiótica da Cultura, a Escola de Tartu.
O uso que se faz dessas teorias na abordagem das questões de significação geralmente é excludente, ou seja, a escolha de uma delas descarta a utilidade, ou funcionalidade, das outras para os propósitos analíticos, no mínimo por não apresentarem comparável adequação ou eficácia.
Esta breve reflexão sobre a plausibilidade de uma aproximação entre as três teorias parte da premissa de que a teoria de matriz peirceana, por ser a mais abrangente (muitas vezes rotulada como de base fenomenológica), pode incorporar as outras duas. Salvo investigação mais apurada, Peirce não deixou pontes construídas para o estabelecimento de campos de pertencimento ou sequer vínculos funcionais.
Mas a sua rede de classes de signos (a básica de dez classes, e o desdobramento em 66 classes) é uma ferramenta que permite divisar, no interior desse arcabouço, elementos e fundamentos das semióticas narrativa e discursiva (Greimas) e da Cultura (Tartu).
Obs. O artigo, que não chegou a ser publicado, foi apresentado como comunicação num simpósio na Universidade Católica de Santos, em 2001.
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