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O Artífice


Audite e Nihil refletindo sobre a investigação em curso. No Auditorium, em certos momentos, haviam se referido à auditoria como missão. Auditores missionários? Talvez uma premeditada sinalização de que, cedo ou tarde, iriam se indagar sobre as sombras do chamado grande mistério.


Pois é, começou Audite. Será que estamos diante daquela velhice histórica do padre eterno, sobre a qual cheguei a conversar com o Alfaiate?


Parece que não há escapatória. Em muitas inspeções que realizei, ouvi, e vi escritos, sobre o Artífice.


Quase nada assertivo, confiável. Não se sabe quem é ou quem foi o Artífice, se realmente existe ou existiu alguém com esse nome. Até porque, ao que se sabe, é uma denominação que deram aos prováveis arquiteto e engenheiro do Museu de Imagens e Sombras, ou mais especificamente da grande saída do edifício.


Há quem suponha que o Artífice não é, nem foi, mas será, um dia.


Ou seja, pode ser o que cada um acha que é.


Mas, nem por isso deixaram de se levantar várias conjeturas. De puras especulações até intrincadas teses. Procurando fundamentar a existência de um construtor do museu e, mais do que isso, do fundador da Costa Mater e de outras comunidades afins. Que são em número incontável, espalhadas por toda parte, em todas as camadas.


Suponho que uma das versões é a do padre eterno?


Sim, o halo divino. A ideia de um criador. Uma entre várias. Do velho de longas barbas ao grande arquiteto do universo.


E o pessoal que acredita no tijolo mas não no oleiro? Também.


Nihil sorriu, concordando: É, o pessoal que acredita na arquitetura, mas não no arquiteto.


E o Inexpositor?


Audite percebeu que Nihil desconhecia essa referência.


Em alguns contatos que fiz, falaram esse nome. De início, achei que não havia ouvido direito. Expositor? Tipo um artista que participa de uma exposição? A reação me pareceu ser como de alguém que já houvesse respondido inúmeras vezes a essa dúvida?






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