top of page

Diário de Bardo


Diário de Bordo?

Pois é, tinha certeza de que você iria questionar.

Não, você ouviu certo. Diário de Bardo, sim. Diário de Aedo. Menestrel. Diário de poeta, de cantor, trovador.

Só não se sabe quem.

Encontrei num dos baús do Museu. Incrustado, minúsculo, quase invisível, num dos cantos da caixa.

Estava encriptado. Levou muito tempo para destravar. Comecei a folhear agora há pouco. Folhear!... Se é que se pode comparar...

Acho que vou precisar de ajuda. Está disposta?

Ótimo.

Sim, alguma coisa já consegui. Assim que acessei o primeiro patamar, ou dobra, sei lá, irrompeu o som de uma música. Piano. Depois, algumas palavras foram acrescentadas, cantadas. Ouça.


Ao Que Ri Do Diário (música: Erik Satie; poema: Gil Nuno Vaz)

Todos os diários são

Ridículos

Risíveis


Tudo o que se diz no diário

É ridículo

E risível


É o que diz do diário

Quem é tão risível

Que jamais escreveu

Um diário

Ridículo


E o que não diz

Nem nunca dirá

De risível

É o vazio

Ridículo

Do que ri do diário


Parece que está aí como uma introdução, não parece?

Isso, uma epígrafe, talvez.

Uma ponta de ironia? Pode ser, também. Mas, acho que tem mais...

Só mesmo acessando outras dobras...

...



Comments


gil_nuno_vaz_wix.jpg

A    B    C    D    E    F    G    H        K    L    M    N    O    P    Q      S    T    U    V    W    X    Y    Z

logo_cine_ines.jpg
bottom of page