

Uma confecção-científica autobiográfica,
quase uma fantástica sinfonia inacabável.

O traçado do jogo, fixo e inscrito sobre uma bancada de trabalho, traz uma misteriosa inscrição alfanumérica gravada nas suas casas.

A inscrição, inserida também num mapa da cidade, parece estar associada às sete notas musicais e aos sete principais canais de drenagem sanitária urbana.

Após a reunião, o grupo usualmente vai a um cinema na praça defronte à alfaiataria, assistir filmes e participar de debates à maneira de cineclubes. Os temas quase sempre repercutem assuntos abordados nas conversas do entardecer.

Com a observação do misterioso jogo da velha e das sessões cinematográficas, os auditores percebem ter diante de si algo mais do que uma alfaiataria. Um laboratório de engenharia têxtil. Uma espécie de fábrica de confecções que moldam espiralados e labirínticos percursos pelo universo, codificados em canais, notas musicais e outros signos.

O jogo da velha é um mapa, cartografia de campos perceptivos da realidade, e um tear de trajes transitivos e de energéticos fios de AriADNe, que transferem e resgatam navegantes nos cursos e extravios das trajetórias traçadas.

Mais do que uma "janela para o mundo", o cinema (da praça) é o farol do engenho têxtil, posto que rastreia as incursões, captando as percepções dos navegantes, e sinal que se projeta sobre outras realidades, indicando a via de retorno ao ponto de partida.
Termo de Encerramento
NADA CONSTA. Exceto que os auditores experimentam inesperadas mudanças na percepção da realidade, questionando suas noções de espaço, tempo, consciência, e muitas outras vivências e concepções.
Um novo jogo da velha relação entre arte e vida